quarta-feira, 22 de abril de 2009

PIGMENAÇÃO DA PLUMAGEM.

A pigmentação da plumagem, patas, unhas, bico e olhos dos canários é determinada pelos lipocromos e melaninas.

LIPOCROMOS São pigmentos de origem lipidica que se manifestam nas cores : Amarelo, Amarelo Marfim, Vermelho, Vermelho Marfim.

A cor branca da plumagem dos canários representa ausência de depósito de lipocromos. No branco recessivo a ausência de lipocromo é total, enquanto que no branco dominante, a manifestação do lipocromo é apenas parcial.

MELANINAS As melaninas são pigmentos de origem protéica. Na busca de uma explicação correta para o mecanismo que rege a exteriorização das melaninas na plumagem dos canários, o homem criou várias teorias. Umas são mais complexas, outras mais simples, mas nenhuma até hoje pode ser considerada absoluta, pois não dispomos ainda do domínio completo sobre a matéria. Existem dois tipo de melaninas a melanina negra e melanina canela, a primeira determinada como eumelanina e a segunda determinada feomelanina.

CANÁRIOS MELÂNICOS CLÁSSICOS

Negro-Marrom Oxidado

São todos os canários da linha verde, cobre e azul.

Estes exemplares devem apresentar a eumelanina negra em sua máxima expressão.

DESENHO: Desenho é o desenho de um conjunto de estrias melânicas formadas pela superposição de penas. O desenho destas estrias devem ser das mais largas possíveis, nascendo do alto do dorso e se estendendo até as asas e uropígio, sendo contínuas e paralelas, nos flancos devem aparecer estrias paralelas as asas, devem ser largas e contínuas, devem ir de encontro com o centro do peito do canário. Sua cabeça também deverá apresentar estrias características a cada cor. Também apresentam "bigodes" que se iniciam uma de cada lado do bico.

ENVOLTURA: A envoltura deve aparecer em todo o exemplar na sua total expressão negra, manifestando-se uniformemente em sua plumagem.

Os bicos, pernas, pés e unhas, também devem contém sua máxima expressão de melanina negra. Além dessa parte descoberta de penas o pássaros deverá apresentar uma coloração negra nas penas das espáduas, asas e cauda, sendo que o dorso, flancos e a cabeça devem apresentar estrias negras sobre um fundo fortemente oxidado.

CANELA

Os canários desta cor nada mais é que o exemplar descrito acima (negro-marrom oxidado), com a falta da melanina negra, onde: bico, pés patas, unhas, devem ser isenta de melanina negra. Referente as marcações dos desenhos, dorso, flancos, são os mesmos descrita anteriormente, se diferencinado na cor do exemplar e neste caso o negro é trocado pelo marrom, onde o mesmo deve ser o mais escuro possível, sua envoltura deve ser escura, mas sem prejudicar o desenho. Na formação das estrias, estas devem ser largas e bem marcadas mantendo a mesma cor para a cabeça, peito e dorso. O exemplar deve apresentar-se com a cor das estrias a mais limpas possível, sem a aparecência de borrões entre as mesmas.



ÁGATA

Estes exemplares negro-marrons, estão incluídos no grupo dos "diluídos", que na verdade estes exemplares sofrem uma redução na área de atuação da melanina, aparecendo assim bastões estreitos e entrecortados mas bem marcados.

O dorso deve apresentar estrias finas, negras, paralelas e entrecortadas. A envoltura é clara onde irá contrastar com o lipocromo. No dorso, deve aparecer a melanina mais negra possível, sem deixar de aparecer entre elas o lipocromo.



MELÂNICOS OPALINOS

O fator opalino é causado da seguinte forma: devido a redução da eumelanina marrom e da feomelanina e a inversão da eumelanina negra.

Nos canários negro-marrom oxidado o fator opalino reduz a presença de feomelanina e inverte a eumelanina negra. Estes exemplares apresentam uma cor de chumbo contrastada com o cor negra.

O desenho se mantém e deve ser o mais largoe contínuo, sempre com a cor de chumbo.

O bico, pernas, pés e unhas devem apresentar a oxidação dos canários negro-marrom clássicos oxidados.

CANELA

Ocorre nestes exemplares a redução de feomelanina, mas deixa os traços evidente de seu desenho. Prefere-se os exemplares que mantêm as características do desenho do canela clássico, com maior expressão melânica.

CANÁRIOS DE COR - GRUPOS

Intitulamos canários de cor (grupos) por termos a certeza de ser mais fácil conhecer todas as cores se dividirmos em grupos, com essa sistemática ficou mais fácil conhecer os canários.

Portanto, vamos ao estudo dessa sistemática.

Em primeiro lugar, necessitamos conhecer as tręs cores tradicionais que săo: Branco, amarelo e Vermelho.
Segundo, conhecer os quatro tipos que săo: Negro Marron Oxidado (azul, verde e cobre), Ágata, Isabel e Canela.
Terceiro, conhecer a diferenciar as tręs categorias que săo: Intenso, Nevado e Mosaico.
Após um bom conhecimento desses pontos fundamentais: cor, tipo, categoria e dominarmos bem esses conceitos teremos condiçőes de conhecer todas as cores da nomenclatura oficial da canaricultura.

Essa forma de propor esse tipo de aprendizado é diferente doa demais, pois somos taxativamente contra mostrar canário e falar qual sua cor, o nosso objetivo é aprender a reconhece-lo o que se torna mais fácil.

Amarelos: Săo todos os canários que possuem amarelo visível nas penas, independente de pertencerem a linha clara ou escura, eles podem ser: Amarelo, Verde, Canela, Ágata e Isabel e deverăo estar enquadrados na categoria Intenso, Nevado ou Mosaico.

Brancos: Săo todos os canários que possuem branco visíveis nas penas, independentemente de pertencerem a linha clara ou escura, eles săo: Branco, Azul, Ágata e Isabel e deverăo pertencer ŕs categorias: Intenso, Nevados e Mosaico.

Vermelhos: Săo todos os canários que possuem vermelho visível nas penas, independente de pertencerem a linha clara ou escura, eles săo: Vermelho, Cobre Canela, Isabel e deverăo pertencer ŕs categorias: Intenso, Nevado e Mosaico.

Conforme podemos verificar os pássaros săo os mesmos, diferenciando apenas a cor do lipocromo.

O desenho da marcaçăo dos pássaros da linha escura săo sempre os mesmos para cada tipo: Negro Marrom Oxidado (cobre, azul e verde), Canela, Ágata e Isabel.

Com esses conhecimentos na prática, já é possível identificar todas as cores clássicas. E, as cores novas nada mais săo do que fatores que atuam sobre as melaninas e cores que podem ser: Opalino, Pastel, Recessivo, marfim e Ino, podendo ser agrupados em dois fatores de inibiçăo “Recessivo e Marfim”, um fator de reduçăo “pastel” e outro de oxidaçăo “Opalino”.

Vamos agora descrever esses fatores:

1) Recessivo: Apresenta só nos canários de lipocromo branco e indica a ausęncia de lipocromo amarelo.

2) Marfim: Aparece com uma inibiçăo parcial do lipocromo, causando um esmaecimento da intensidade dos mesmos e atua sobre os lipocromos.

3) Pastel: Só ocorre em canários da linha escura. O fator pastel é responsável por uma reduçăo e dispersăo do negro e do marrom, se observarmos um canário pastel temos a impressăo de ver um canário sujo.

4) Opalino: Só ocorre em canários da linha escura. O fator opalino é responsável por uma oxidaçăo e inversăo das melaninas negras da parte superior das penas para a inferior, centralizando ou condensando sobre o canal medular inferior as melaninas negras.

Pode haver ainda a combinaçăo entre esses fatores:

Recessivo com Pastel e Opalino e, Marfim com Pastel e Opalino, Nunca devemos combinar os fatores pastel com Opalino por serem antagônicos.

Ainda temos os Inos que săo, designaçăo dos canários de olhos vermelhos, sendo ainda divididos em dois fatores, os ligados ao sexo e os de sexo livre. Muitas confusőes săo feitas e notadas sobre esses pássaros, mas é muito fácil de entedę-las, basta seguir um relacionamento lógico.

Ino: Qualquer canário de olho vermelho exclusivamente da linha clara nos lipocromos (amarelos, brancos e vermelhos).

Somente o criador pode saber se é ligado ao sexo livre.

Acetinado: Canários de olhos vermelhos ligados ao sexo, essa denominaçăo poderá ser feita aos canários de linha escura.

Feo Ino: Canários de olhos vermelhos, sexo livre só ocorre em canários da linha escura.

Tentando clarear mais, nos Inos temos:

Acetinados da linha Clara: Albinos, Lutinos e Rubinos.

Acetinados da linha escura: prateados, Amarelos e Vermelhos.

Agora já conhecemos 100% da nomenclatura oficial e será fácil identificar cores de todos os canários.

Perguntas para classificaçăo de qualquer canários.

1) É da linha clara ou escura?

2) Qual a cor do lipocromo?

3) Qual a categoria?

4) É oxidado negro-marrom? Tem pés bico preto?

5) É oxidado canela?

6) É diluído negro-marrom? Tem bigodes negros?

7) É diluído canela?

8) Tem lipocromo esmaecido?

9) Tem ausęncia de lipocromo amarelo sobre o branco?

10) Tem olhos vermelhos?

11) Tem melanina invertida?

12) Tem diluiçăo nas marcaçőes negras e canelas?

13) Tem olhos vermelhos e marcaçăzo nas costas?

RESUMO:

LINHA ESCURA

Oxidado Diluído

LINHA Negro Oxidado Negro Diluído

CLARA Marrom Canela Marrom Canela

CORES

Branco Azul Can.Prateado Agat.Prateado Isabel Prateado

Amarelo Verde Agat.Amarelo Agat.Amarelo Isab.Amarelo

Vermelho VermelhoCan.VermelhoAgat.VermelhoIsab. Vermelho

Recessivo: Branco sem amarelo, aparece nas linhas clara e escura.

Marfim: Inibiçăo do lipocromo atua no branco, amarelo e vermelho.

Pastel: Só linha escura – Reduçăo das melaninas.

Opalinos: Só linha escura – Oxidaçăo e inversăo das melaninas.

Acetinado:Olho vermelho, linha clara e escura.

Feo Ino: Olho vermelho, linha escura (perolado).

Categoria:

Inrtenso: Cor uniforme por todo o corpo.

Nevado: cor recebeu uma névoa por todo o corpo.

Mosaico: Zonas demarcadas e distintas diferentes nos machos das fęmeas.

Com esta sistemática de grupo, fica mais fácil conhecer as cores de canários.
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Escrito por: José Giordano Penteado

RevistaPássaros ro 16-1999

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sábado, 18 de abril de 2009

Como Álvaro Blasina cria seus canários

"É com imenso prazer que faço chegar alguns aprendizados fruto de mais de 25 anos criando canários de cor. Considerando que o tema é extremamente extenso, abordaremos um tópico de cada vez para melhor entendimento do assunto."
Álvaro Blasina


MANEJO NA REPRODUÇÃO PLANEJAMENTO

O planejamento do número de casais por cor, é extremamente importante para um bom trabalho à longo prazo.
A seleção genética, nada mais é do que a fixação de genes desejáveis e de alta qualidade e a eliminação daqueles por nós considerados indesejáveis. Isto, tanto para o que refere à qualidade propriamente dos indivíduos, como ao seu comportamento reprodutivo e resistência às doenças, fertilidade e fecundidade fatores também diretamente ligados à genética. É portanto de extrema importância, o uso de um número expressivo de matrizes por cor ou raça criadas para obtermos um universo grande o suficiente que nos permita formar verdadeiras "famílias" dentro das quais possamos efetuar a devida seleção sem necessidade praticamente nenhuma de recorrermos à compra de matrizes de outros criadouros e fugindo ao mesmo tempo do fantasma da consangüinidade.

DESEMPENHO REPRODUTIVO

Todas as matrizes são avaliadas individualmente no final da temporada de cria, sendo eliminadas aquelas que não tenham alcançado metas mínimas de desempenho. Os limites mínimos exigidos são: postura mínima de 10 ovos em toda a temporada, cria mínima de 4 filhotes no mesmo período. Desvios de comportamento tais como baixa fecundidade dos machos, fêmeas que botam no chão, tratam mal dos filhotes, bicam suas penas, quebram os ovos, etc. também são rigorosamente anotados no histórico de cada reprodutor.

TRIAGEM

As fêmeas são divididas em sua avaliação em 3 categorias: 1) qualidade excepcional, excelente criadeira; 2) boa qualidade excelente criadeira; 3) insuficiente como criadeira. As fêmeas de categoria 1 (aproximadamente 40%), são separadas e colocada uma marca na voadeira, assegurando seu uso para o ano seguinte. As fêmeas de categoria 2 (aproximadamente 40%), também separadas e identificadas. A tendência é de que serão superadas pela qualidade das filhotas e comercializadas. As fêmeas da categoria 3 (aproximadamente 20%) são colocadas num recinto separado e identificadas para evitar de serem vendidas a criadores. Eliminados os reprodutores de baixo desempenho, o nível de evolução de qualidade dos filhotes indicará a quantidade de adultos a serem reaproveitados. Normalmente o plantel é formado aproximadamente de 20% de adultos de 1 ano e 80% de filhotes. São raríssimos os casos em que ficamos com reprodutores com mais de 2 anos. A seleção genética, pela sua complexidade, poderá ser abordada em novas edições.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS

Dividimos o ano em 3 etapas diferentes, pela sua exigência alimentar, vulnerabilidade, atividade, etc. 1) Muda ( de janeiro a abril) 2) descanso (de abril a julho) 3) cria (de agosto a dezembro).

O calendário anual, é o seguinte:


Janeiro/ Fevereiro final da cria.

São separados os reprodutores e aplicado Ivomec pour-on em todos eles. Utilizamos este produto como aliado para eliminar parasitas externos e internos. Aplicamos o mesmo tratamento em todos os filhotes, aproximadamente 15 dias após separados da mãe. O motivo deste prazo é evitar o excesso de stress caso seja aplicada à medicação imediatamente depois de desmamados.

Março
Vacinação massiva (todos os adultos e filhotes) contra varíola (bouba).

Ano inteiro
A cada 40 dias tratamento preventivo contra micoplasmose com Linco-Spectin ou Tylan. Considerando que o Linco-Spectin é menos agressivo para a flora intestinal, utilizamos o mesmo o ano todo com exceção de 2 aplicações com Tylan na época de "descanso" tendentes a evitar qualquer resistência ao Linco-Spectin.
A prevenção às doenças digestivas é feita mediante o uso de preventivos de última geração não agressivos, tais como lactobacilos vivos, açúcares complexos, acidificantes, etc. adicionados a farinhada o ano todo. Estes produtos tem reduzido muito a mortandade de filhotes depois de separados.
A época de cria é adicionado à farinhada utilizada para tratar dos filhotes, NF180 na proporção de 1gr. por kg de farinhada pronta e Nistatina 4 gotas para 100 grs. de farinhada pronta.
Fornecemos na água ou na farinhada Multi-hepato (Antitóxico e protetor hepático) e Multi-ativo (eletrólitos).
Nos casos de ulcerações, inflamações, feridas, etc. nas patas, utilizo uma pomada chamada Equiderme, de excelente ação contra fungos, bactérias e com função também antiinflamatória.
Possuímos 4 cômodos, sendo 2 para criação e 2 para colocar os filhotes. Assim sendo, os cômodos previstos para criação, são esvaziados com a maior antecedência possível desinfetados etc. para evitar ao máximo a existência de germes na hora do acasalamento. Todas as gaiolas, poleiros, etc. passam por um tratamento rigoroso de desinfecção. Utilizamos o desinfetante Virkon para tal finalidade pois não enferruja o material e é de alta eficácia. Antes de iniciar os trabalhos no criadouro, todas as pessoas devem desinfetar a sola dos sapatos num pedilúvio com Virkon e também as mãos com o mesmo produto.

ACASALAMENTO
Começamos na primeira semana de agosto. Considerando a quantidade de fêmeas a serem utilizadas (aproximadamente 500 gaiolas) deve-se realizar um trabalho prévio de organização. Nunca juntamos antes do acasalamento, machos e fêmeas na mesma gaiola ou voadeira. Fazemos a seleção dos exemplares que serão utilizados como matrizes no mês de abril, antes de iniciar a venda. Guardamos aproximadamente 15% de matrizes a mais como reserva para substituir aquelas que falharem na cria, morrerem, etc.
Separamos as matrizes por cor e sexo para uma fácil localização na hora do acasalamento. Começamos pegando as fêmeas por cor e avaliando com extremo cuidado as características de cada uma. As ordenamos por qualidade, colocando nas gaiolas pela ordem descendente ( a melhor primeiro). Desta forma, já sabemos para efeitos de seleção no ano seguinte, que a tendência é de que a primeira metade integre o plantel novamente e a segunda metade seja superada em qualidade pelas melhores filhotas.
Os casais são formados sempre visando multiplicar virtudes e eliminando defeitos. Usamos sempre as melhores fêmeas com os melhores machos.

INSTALAÇÒES E IMPLEMENTOS

Gaiolas
Utilizamos o mesmo modelo há anos. São do tipo de arame, com 6 comedouros externos de meia lua, medida 50x 26 de altura x 30 de profundidade, com divisão ao meio. O fundo sobressai 5 cm, de tal forma que a maioria das cascas das sementes caiam nele e sujem menos o chão.
Ninhos de armação de arame com forro de corda. Cálcio e areia colocamos "pedras" de cálcio que contém areia, ostra moída, casca de ovo. As mesmas podem ser substituídas por "grit".

Separação
Separamos as gaiolas com divisões plásticas semitransparentes para evitar que os casais se vejam.

Material de aninhagem
Utilizamos tecido de juta, cortado em quadrados de aproximadamente 5 cm e prendemos na gaiola com pregador para que a fêmea retire o material necessário para confecção dos ninhos.

Potes
Utilizamos dois tipos diferentes para colocar a farinhada. Um menor preso à porta para as gaiolas que estão sem filhotes, e um maior no fundo da gaiola para as fêmeas com filhotes. Todos eles de plástico.


Identificação de gaiolas
Todas são numeradas e forma criados códigos para rápida visualização da situação de cada gaiola. No canto superior esquerdo, indica-se se está em postura, chocando ou com filhotes. Azul, indica chocando, e vermelho indica com filhotes. No canto superior direito, observações sobre comportamento reprodutivo, tais como rejeição de anel, fêmeas que tratam pouco, etc. etc. No centro, colocamos indicação de alguma observação mais imediata ( ex. suspeita de ter abandonado o ninho, rejeição do anel, etc.)


ANOTAÇÕES
Uma informação precisa e completa é de extrema importância. No momento de acasalar, anotamos o número de anel, cor e características de cada fêmea. Por outro lado, o número de anel, cor, características do macho e gaiolas onde inicialmente irá cobrir. É praticada a poligamia, sendo que por razões variadas, podemos variar os machos utilizados com uma fêmea entre uma ninhada e a outra.

Utilizamos um caderno em forma de agenda, onde serão anotadas diariamente o número das gaiolas que chocaram, número de anel e cor do macho, 10 dias depois, anotamos junto do número da gaiola a quantidade de ovos colocados e quantidade fecundados. Também diariamente os filhotes anilhados, com número, e gaiola da qual são filhos. Finalmente em outro setor, anotamos eventuais transferências de ovos ou filhotes de uma gaiola para outra.

Tudo isto fica na forma de rascunho nesse caderno e é digitado para o computador onde os dados são processados de forma a termos uma informação rápida e completa de tudo que ocorre no criadouro.

ALIMENTAÇÃO
Utilizamos mistura de sementes com seqüestrante de micotoxinas que é um produto que inibe o efeito tóxico de eventuais fungos presentes nas sementes.
A farinhada deve ter um teor de proteína entre 18% e 20%, principalmente para o período de reprodução. Fornecemos farinhada diariamente no período de muda. A partir do mês de março começamos a folgar um dia por semana, depois 2, etc. até chegar a fornecer farinhada 4 vezes por semana. Quando acasalamos, voltamos a fornecer farinhada diariamente, com exceção das fêmeas que estão chocando, que ficam somente se alimentando com mistura de sementes.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sobre pigmentação- vermelho - comentários do Juiz Amadeo Sigismondi Filho-

O QUE É O CAROPHILL
Segundo os laboratórios Roche são carotenóides pigmentares, em formas estabilizadores, de qualidade uniforme, fáceis de assimilar, sem contra-indicações, com grande rendimento. Com base nestes carotenóides preparam-se três produtos adaptados às condições de emprego na alimentação das aves:

CAROPHILL RED possui 100 miligramas de cantaxantina por grama de produto, utilizado largamente na avicultura comercial para intensificar a coloração da gema dos ovos e também em canaricultura.

CAROPHILL YELLOW constituído por 100 miligramas de éster apocarotenóico por grama de produto, largamente utilizado na criação de frangos de corte para pigmenta-los de amarelo.

CAROPHILL ORANGE que vem a ser um complexo de mistura a base de 50% dos dois, carophill red e carophill yellow.

Até alguns anos atrás nós usávamos diretamente a cantaxantina para colorir os canários, hoje usamos 100 miligramas desta por grama do produto ministrado. A cantaxantina pura é bem mais roxa do que o carophill red e inegavelmente tem muito mais poder de coloração, sendo porém muito difícil hoje em dia a sua obtenção, sem contar o elevado preço que atinge o mercado. De três a cinco gramas eram então suficientes para serem adicionados a um quilo de ração.
O Carophill,para se obter uma boa coloração, pode ser adicionado na base de 10 gramas por quilo de ração. O criador deve ter também o cuidado de adquirir, no início do processo, todo o carophill que for necessitar, inclusive de uma mesma caixa. O uso de tubos alternados comprados em épocas diferentes, provavelmente lhe trará amarga surpresa com manchas na coloração. Calcula-se o consumo. Coloca-se em uma folha de plástico todos os tubos adquiridos. Faz-se então uma perfeita homogeneização, para depois recolocar nos tubos. Ao efetuar a mistura com a ração, alimentar, usar preferentemente um quilo de ração usando sempre a mesma quantidade de carophill red, rigorosamente medida ou pesada. Esta é a forma mais certa de evitar manchas na plumagem. A época apropriada para iniciar o processo de coloração é de 60 dias após o nascimento. Há porém aqueles que dão carophill desde o ninho. Isto, muitas vezes, evita o trabalho desagradável de arrancar as pequenas penas de cobertura. Porém, a coloração de ninho nunca chega a atingir o mesmo grau de intensidade do que aquele após a primeira muda.
Na Europa não é usado retirar as penas das asas e os pássaros são apresentados em concursos com estas na cor laranja que vem de ninho. Este é tipicamente um hábito do criador da América do Sul.
Vimos que o carophill red é utilizado por criadores de galinhas para obterem ovos com a gema o mais vermelho possível. Este carophill, que vem através da gema, transmite em parte aos canários e sobretudo aos pássaros amarelos que vão muitas vezes tomando uma cor de dourado ou meio dourado, prejudicando a obtenção de bons pássaros com fator de refração.
Na Europa, o carophill yellow é largamente utilizado nos pássaros, para a obtenção de pássaros dourados fortes, uso sobretudo corrente na canaricultura de porte.

Fonte:
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Amadeo Sigismondi Filho
Juiz COM HS-OBJO
Revista AVO Junho 200
Arquivo Editado em 10 Jan 2004
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COMO SILVANO BAGGIO FAZ PARA PIGMENTAR SEUS CANÁRIOS CAMPEŐES MUNDIAIS

"Há mais de doze anos eu venho usando o pigmento INTENSIF RED BOGENA, e julgo que tenho me saído muito bem.

Vejamos as condiçőes em que eu o utilizo.


1) farinhada

Deve-se preferir uma farinhada gordurosa durante a muda, porque os canários precisam de substâncias gordas e ricas em enxofre para gerar uma nova plumagem. Eu uso uma mistura feita com farinha de muda (70%), mais a farinhada que uso na criaçăo dos filhotes (30%). Assim, o sabor năo muda totalmente e os canários se alimentam melhor.

2) As sementes

Durante a muda também é necessário usar as sementes, porque elas servem para facilitar a digestăo e ajudar melhor assimilaçăo das substâncias do pigmentante INTENSIF BOGENA. As sementes mais indicadas neste período de muda săo a linhaça, que tem muitas substâncias ricas em enxofre que compőem as penas, a aveia descascada, que contém metionina, muito útil, e o alpiste, que tem alto teor protéico.

Existem duas maneiras para se administrar as sementes para os canários durante a muda:

a) Dar as sementes à tarde, e depois retirar a noite, de modo que os canários se alimentem pela manhă somente com a farinhada com INTENSIF RED BOGENA, na quantidade ideal para a boa pigmentaçăo.

b) Administrar as sementes, alpiste, linhaça e aveia descortiçada (sem casca) junto com a farinhada por todo o período da muda. Eu uso este segundo método.

3) O pigmentante

Utilizo o INTENSIF RED BOGENA na proporçăo de 8 a 10 gramas por quilograma de farinhada. A minha experięncia pessoal me levou a desenvolver a seguintes composiçăo para 1 kg de farinhada para a muda:

600 gr de farinhada gordurosa

200 gr de farinhada seca

100 gr de alpiste

80 grde linhaça

20 gr de aveia descortiçada (sem casca)
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1000 gr de farinhada

A esta mistura adiciona 10 gr de INTENSIF RED BOGENA. Eu começo a administrar a farinhada assim preparada aos filhotes a partir dos 40 dias de nascidos, até o fim da muda. Năo é necessário, e até acho desaconselhável, misturar o INTENSIF RED BOGENA com outro tipo de pigmentante (Carophyll Red, por exemplo), como alguns criadores aconselham a fazer. Para mim, é absolutamente errado agir desta forma.

Durante a muda, com a farinhada que descrevi pode-se também dar verdura, cenoura e mel. Eu dou somente a cenoura, e para mim é o bastante. Uma vez por mês pode-se dar vitamina na água de beber, mas eu năo acho necessário se a farinhada utilizada for de boa qualidade.

O INTENSIF RED BOGENA é bem tolerado, năo sobrecarrega o fígado, e é muito bem digerido, deixando as fezes apenas um pouco avermelhadas, o que é totalmente normal. Nunca mais tive canários com problemas de ventre arroxeado por causa do pigmentante.

Dessa forma, eu penso haver proporcionando um panorama cabal e completo. De qualquer maneira, se for necessária alguma informaçăo adicional, estou disponível para esclarecer qualquer questăo sempre de acordo com a minha experiência pessoal.

Como comprovaçăo dos excelentes resultados obtidos com o INTENSIF RED BOGENA, nos dois últimos Campeonatos Mundiais ganhei a medalha de ouro (Udine –Itália – 1995) e a medalha de bronze (Charleroi – Bélgica – 1996), com meus quartetos de Vermelhos Mosaicos."
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Artigo pulicado por:
Silvano Baggio – Itália (Allevamento “II Mosaicista”)

Revista Pássaros nro 04 1998
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